quarta-feira, 29 de junho de 2011

SÃO PEDRO E SÃO PAULO

     No dia 3 de julho a Igreja celebra a festa dos dois grandes apóstolos, Pedro e Paulo. Como evangelho do dia, escolheu-se a história do caminho de Cesareia de Felipe. O relato mais antigo está em Marcos, Cap. 8, 27-38, que se tornou o pivô de todo o Evangelho. A estrutura de Mateus é diferente; mas, o relato tem a mesma finalidade, ou seja, clarificar quem é Jesus e o que significa ser discípulo d’Ele.
     A pedagogia do relato é interessante. Primeiro Jesus faz uma pergunta aparentemente inócua: “Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?” Assim recebe diversas respostas, pois esta pergunta não compromete, é o “diz que”. Mas a segunda pergunta traz a facada: “E vocês, quem dizem que eu sou?” 
 Agora não vêm muitas respostas, pois quem responde em nome pessoal, e não dos outros, se compromete com as consequências! Somente Pedro se arrisca e proclama a verdade sobre Jesus: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Aparentemente, Pedro acertou e realmente, em Mateus, Jesus confirma a verdade do que proclamou! Afirmou que foi através de uma revelação do Pai que Pedro fez a sua profissão de fé. Mas, para que entendamos bem o trecho, é necessário que continuemos a leitura pelo menos até v. 25. Pois, o assunto é mais complicado do que possa parecer.
     Pois, após afirmar que Pedro tinha falado a verdade, Jesus logo explica o que significa ser o Messias. Não era ser glorioso, triunfante e poderoso, conforme os critérios deste mundo. Muito pelo contrário, era ser fiel à sua vocação como Servo de Javé, era ser preso, torturado e assassinado, era dar a vida em favor de muitos. Jesus confirmou que, de fato, era o Messias, mas não do jeito que Pedro quis. Este, conforme as expectativas do povo do seu tempo, quis um Messias forte e dominador, não um que pudesse ir, e levar os seus seguidores com Ele, até a Cruz! Por isso, Pedro remonta com Jesus, pedindo que nada disso acontecesse, e como recompensa ganha uma das frases mais duras da Bíblia: “Fique atrás de mim, satanás, você é uma pedra de tropeço para mim, pois não pensa as coisas de Deus, mas dos homens!” (v. 23). Pedro, cuja proclamação de fé mereceu ser chamada a pedra fundamental da Igreja (v. 18), é agora chamado de Satanás - o Tentador por excelência - e “pedra de tropeço” para Jesus! Pedro tinha os títulos certos para Jesus; mas, a prática errada! Usando os nossos termos de hoje, de forma um tanto anacrônica, podemos dizer que ele tinha ortodoxia, mas não ortopraxis!
     Assim, Jesus usa o equívoco de Pedro para explicar o que significa ser seguidor d’Ele: “Se alguém quer me seguir, renuncie a se mesmo, tome a sua cruz, e siga-me” (v. 24). Ter fé em Jesus não é, em primeiro lugar, um exercício intelectual ou teológico, mas uma prática; o seguimento d’Ele na construção do seu projeto, até as últimas consequências.
     Hoje, enquanto celebramos os nossos dois grandes missionários, a segunda pergunta de Jesus ressoa forte: para nós, quem é Jesus? Não para o catecismo, não para o Papa ou o Bispo ou Pastor, mas para cada de nós pessoalmente? No fundo a resposta se dá, não com palavras, mas pela maneira em que vivemos e nos comprometemos com o projeto de Jesus - Ele que veio para que todos “tivessem a vida e a vida plenamente!” (Jo 10, 10). Cuidemos para que não caiamos na tentação do equívoco de Pedro, a de termos a doutrina certa, mas a prática errada, de cairmos na tentação de substituir o caminho humilde e serviçal da cruz pela pompa e ritual, de esquecermos os valores do Reino de Deus para substituí-los com os valores da sociedade vigente. Pedro aprendeu ao longo da vida o que é ser discípulo, pois terminou crucificado também, mas não foi fácil a mudança de mentalidade. Paulo também teve que despojar-se da toda a sua formação farisaica, quando descobriu que a Lei não salva ninguém, mas somente a graça de Jesus.
     Hoje, quando o pobre quase desaparece dos documentos oficiais da Igreja (embora o Espírito inspirasse os participantes da V Assembleia de CELAM em Aparecida a voltar a esta opção “com renovado vigor,” e o Papa Bento XVI insiste nessa opção em Verbum Domini), quando diversos setores da Igreja se esquecem de Vaticano II e do seu conceito do povo de Deus, torna-se mais importante do que nunca lembrar o ensinamento de Jesus sobre o discipulado: Ele “não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20, 28).
Fonte: Pe. Tomaz Hughes

segunda-feira, 20 de junho de 2011

OS DEZ MANDAMENTOS DO DÍZIMO


     Para a nossa meditação vamos propor os dez mandamentos de um dizimista fiel. O mesmo vale para aqueles que desejam iniciar essa maravilhosa experiência de Deus na vida comunitária. O dizimista deve iniciar a sua experiência sabendo o que está fazendo, qual decisão está tomando.
     Entregamos tudo a Deus: problemas, doenças, desequilíbrio financeiro, nossa vida pecaminosa; mas quando o assunto é o bolso, a coisa aperta e penso que a última coisa que o cristão entrega para o Senhor seja o controle financeiro da sua vida, porque os demais, desde o primeiro dia abrimos mão. Não vejo forma mais desafiadora do que esta, de mostrar a Deus que Ele é realmente o Senhor de toda a nossa vida, sendo um dizimista fiel.

1º Sou dizimista porque amo a Deus e amo o meu próximo. Partilho com alegria, conforme manda meu coração, seguindo as palavras de São Paulo (2 Cor 9-7);

2º Sou dizimista porque reconheço que tudo recebo de Deus. "O Senhor é meu pastor e nada me faltará" (Sl 23). "Que tens tu que não tenhas recebido?" (São Paulo);

3º Sou dizimista porque minha gratidão a Deus me leva a devolver um pouco do muito que recebo. "Não foram dez os curados? Onde estão os outros nove? Só um voltou para dar glória a Deus?" (Lc 17, 11-19);

4º Sou dizimista porque aceito como palavra de Deus o que leio na Bíblia, e sei que o dízimo é fonte de bençãos. "Trazei o dízimo integral ao templo para que haja alimento em minha casa" (Ml 3, 10);

5º Sou dizimista porque creio, e confio, em Deus Pai; minha contribuição é prova de fé e de confiança. "Olhai as aves do céu, olhai os lírios do campo! Muito mais o Pai cuidará de vós" (Mt 6, 25-31);

6º Sou dizimista porque o partilhar mata o meu egoísmo. "Insensato, hoje morrerás. De que te valeu ter acumulado tantos tesouros" (Lc 12, 16-21);

7º Sou dizimista porque creio na vida cristã em comunidade. "Onde dois ou mais se juntarem em meu nome, eu estarei no meio deles" (Mt 18, 20);

8º Sou dizimista porque Deus, o único pai rico, não quer ninguém passando necessidades. "Tudo o que fizeste a um dos meus irmãos menores, a mim o fizestes" (Mt 25, 40);

9º Sou dizimista porque gosto de viver em liberdade e alegria celebrando desde já a vida plena. "Vou preparar-vos um lugar" ( Jo 14, 1-5); "Vinde, benditos de meu Pai..." (Mt 25, 34);

10º Sou dizimista porque quero ver a minha comunidade crescer e minha Igreja testemunhar o Evangelho no mundo inteiro. "Ide por toda a terra, pregai a Boa Nova, Batizai em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28, 19-20; Mc 16, 15).
(Fonte: Revista Caminhando, agosto 2007 e comentários alhures).
     Este aí é o seu tesouro. Ou melhor, você poderá desfrutar do seu tesouro. Se o homem entregar totalmente a Deus o seu coração, entregará juntamente o seu tesouro. Mas não se esqueça: você só poderá dar algo a Deus se primeiro tiver se dado a Ele, e saiba que nós nunca receberemos nada, se do céu não nos for dado.
  

PASTORAL DO DÍZIMO

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O PERDÃO

Hoje, vamos falar sobre o perdão. Vejamos algumas frases sobre o perdão: Errar é humano; perdoar é divino. Perdoar é próprio de almas generosas. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado. Pode-se perdoar, mas esquecer, isso é impossível. Aquele que não consegue perdoar aos outros, destrói a ponte por onde irá passar. Não se pode ir longe na amizade sem se estar disposto a perdoar os pequenos defeitos um ao outro. As três coisas mais difíceis do mundo são: perdoar uma ofensa, guardar um segredo e aproveitar o tempo. Perdão, eu errei. O fraco jamais perdoa; o perdão é característica do forte. Para todo pecado sempre existe perdão. O arrependimento do pecador é o princípio do perdão divino. A vingança nos torna iguais ao inimigo; o perdão nos faz superiores a ele. Facilidade de perdão é incentivo ao crime. A maior tristeza é não poder sorrir para os que já se foram e nem poder pedir-lhes perdão. Assim como você deve manter seu corpo limpo e bem arrumado, igualmente você deve fazer com sua mente e coração através do perdão. Perdoar é o presente mais belo. O perdão não faz a outra pessoa correta, mas, ele te faz livre. Deus perdoa sempre; os homens, às vezes; a natureza, nunca. Não existe perdão sem o arrependimento do mal praticado. No dicionário, perdão é livramento de pena, ofensa ou dívida; ainda no dicionário, perdão é remissão de culpa, ou seja, perdão dos pecados.
Na sua opinião, como é o perdão de verdade?
Autor: Pe. Máikol